sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Galerias Romanas

As Galerias Romanas estão abertas ao público nos próximos dias 28, 29 e 30 de Setembro. Com entradas gratuitas, é possível descobrir um pouco mais sobre a Lisboa subterrânea. Durante este três dias, a água que inunda as galerias é retirada pelo bombeiros municipais de forma a permitir visitas guiadas orientadas por técnicos do Museu da Cidade e estão incluídas nas Jornadas Europeias do Património.

A descoberta foi feita em 1771 durante a reconstrução da cidade de Lisboa, na sequência do Terramoto de 1755. Surgiram pela primeira vez notícias da existência de um conjunto de Galerias Romanas no subsolo da Baixa, desenhadas em 1773 por Joaquim Ferreira. Em 1859, após observação de restos das construções romanas, foi feito o levantamento exaustivo das ruínas, um dos trabalhos arqueológicos pioneiros na cidade de Lisboa, pela mão de José Valentim de Freitas. Abriram ao público com regularidade a partir dos anos 80, época em que foi possível à Câmara Municipal de Lisboa criar condições restritas de acessibilidade ao monumento.

A Função
A arquitectura e as técnicas de construção destas Galerias sugerem tratar-se de um monumento da época dos imperadores Júlio-Claúdios (primeira metade do séc. I d.C.), contemporâneos de outros edifícios públicos da cidade romana de Olisipo.
Os últimos trabalhos arqueológicos do Museu da Cidade revelaram que as Galerias foram erguidas sobre uma espessa placa artificial de rija argamassa romana (opus caementicium – “antepassado remoto do betão”) colocada sobre a areia. A análise da arquitectura revelou a ocorrência nesta estrutura, ainda durante a época romana.
Estas galerias, desde a sua descoberta, têm sido alvo de diversas interpretações, de Termas a Fórum Municipal. Conhece-se hoje melhor a sua funcionalidade durante a época romana, seguramente ligada às actividades portuárias e comerciais. Propostas mais recentes indicam tratar-se de um «criptopórticos» - construções abobadadas empregues com alguma frequência pelos romanos em terrenos instáveis ou de topografia irregular para criar uma plataforma de suporte a outras edificações, normalmente públicas.
A inscrição dedicada ao Deus Esculápio, parece confirmar o carácter público do edifício.

O Que Se Pode Ver
Os colectores de esgoto da cidade, construídos desde o século XVIII, não permitem o acesso à totalidade do monumento, truncando uma área das galerias. A parte visitável é constituída por uma rede de galerias perpendiculares, de diferentes alturas, onde se destacam:
- Pequenos compartimentos (celas) dispostos lateralmente a algumas das galerias, que poderão ter sido utilizadas na época romana como áreas de armazenamento;
- Arcos em cuidada cantaria de pedra almofadada, técnica típica dos inícios da época imperial romana;
- “Galerias das Nascentes”, também chamada “Olhos de Água”, que ostenta a fractura, a partir da qual brota a água que invade todo o recinto.

Visitas
Estas Galerias Romanas, com quase dois mil anos, vão estas abertas entre as 10:00 e as 17:00 horas na Rua da Conceição. Não são feitas marcações e se houver muita adesão, as visitas podem ser alargadas até às 18:00 horas.

Para mais informações aqui.

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